sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

SOBRE O TEMA

Alzira acorda com maus pressentimentos sobre seu único filho, Moacir, que desapareceu há vinte anos sem nunca dar notícias, e pede a Deus a oportunidade de vê-lo ainda uma última vez. No dia seguinte o esperado reencontro acontece, e, se de um lado Moacir encontra tudo como deixou, por outro, Alzira percebe que seu filho agora é uma mulher que lhe pede abrigo. Esse mundo de fachada é uma tônica do espetáculo, que traz aos poucos aos olhos do espectador um mundo se desmoronando, valores são confrontados com uma realidade mais difícil de lidar do que os personagens estavam preparados, revelando a hipocrisia e a mistificação que se faz da função maternal que se constrói em nosso contexto de forma inabalável e inquestionável.
Dona Alzira representa um pensamento conservador e comum ainda hoje, de pessoas homofóbicas e preconceituosas, que vêem o homossexual, e mesmo toda a classe artística com muitas reservas.

Moacir é um personagem extremamente individualizado, livrando-o do risco de cair no estereótipo também preconceituoso e comum da imagem do homossexual no teatro. Moacir é um personagem forte e poderoso que se encontra em um momento de fragilidade.

O choque entre as convenções sociais e o sentimento materno é o que decidirá os rumos dessa família.

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